Numa democracia
todos contam sua história. Isso pode diferenciar a democracia da tirania.
Ainda
assim, nosso Estado não tem memorado os anos de chumbo, e suas consequências
para a atualidade.
O Paraná
parece sofrer de amnésia histórica.
Porquanto,
hoje, Curitiba é a cidade com maior índice de jovens que desejam a volta da
ditadura, segundo pesquisa realizada em 2006, o que estarrece qualquer
indivíduo que defenda a liberdade e o estado democrático de direito.
São sete
longos anos de pesquisa em arquivos, livros e entrevistas, para o atual
resultado pragmático.
Narrar
quatro vidas aprisionadas, exatamente no mesmo ambiente onde tudo ocorreu, vai
além dos ineditismos. Remete o público a ser parte integrante do meio, sorvendo
por todos os sentidos a experiência do cárcere e do sofrimento pela luta de um
ideal legitimo.
A
tentativa da equipe – que presto os maiores agradecimentos – foi unir várias
linguagens artísticas à história: a literatura através do
texto, as artes cênicas pela peça em si, as artes
plásticas nas concepções das instalações e cenografia, o cinema pelo
produto audiovisual da produção e a música com a identidade
sonora.
Acreditamos,
assim, cumprir a função social da arte: formar, informar e disformar.
Gehad
Ismail Hajar